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Foto do escritorJoao Acuio

MC, MEIO-DO-CÉU, MEDIUM COELI

Atualizado: 21 de nov.




Porfírio (séc. III), em seu “Introdução ao Tetrabiblos” propõe um sistema de casas. É simples: basta calcular o arco de tempo que o Sol leva para ascender até a sua culminação e dividi-lo por 3 (Casas 10, 11 e 12). Este ponto de culminação na eclíptica é o MC.


Nos sistemas de casas por quadrantes, a cúspide da Casa 10 é o Meio Céu (MC). Não confundir com o zênite, porque este é o ponto logo acima da sua cabeça, já o MC é o ponto da eclíptica que encontra-se inclinada em relação ao equador celeste, e não exatamente em cima de nossas cabeças. Para calcular as demais casas, basta calcular o arco entre o MC e o Descendente, e dividi-lo por 3 (Casas 9, 8 e 7). As demais casas seriam espelhadas por essas seis primeiras.


Com essa proposta, Porfírio está tomando o Meio Céu, isto é, o ponto mais alto da eclíptica a partir da localidade em que se vê o fenômeno do Sol ascender, culminar e declinar, como divisor de limites celestes, isto é, de quadrantes. Dividindo o céu desta maneira, surgirão então signos interceptados.


O contrário do MC é o FC (Fundo-do-Céu ou Imum Coeli). Não confundir com o nadir que é o ponto equidistante do zênite, ponto logo acima da cabeça do observador.


Um nomem num ponto de observação e o Sol nascendo
Na imagem é possível observar o ponto de culminação do Sol (MC). O zênite seria o ponto logo acima da cabeça. / Clique na imagem e veja slides sobre observação celeste.


MAPAS -


Abaixo, apresento os mapas da Bjork pelo sistema Porfírio, calculado para:


1) para sua cidade natal, isto é, próximo ao polo norte, ela nasceu na Islândia;

2) para uma cidade imaginária 1, perto da linha do equador (mantive a longitude natal, e alterei a latitude para 0);

3) para outra localidade imaginária 2, mais agora equidistante à sua cidade natal (mantive a longitude e a latitude alterei a orientação de N para o S).


Observe que o grau do ascendente natal é o mesmo em qualquer um dos cálculos. O que estamos observando aqui é o MC, isto é, o que acontece com o ponto mais alto da eclíptica à medida que Ascende o grau 18 e 20 do Escorpião em diferentes pontos de observação.


MAPA 1 - Mapa Natal



Em seu mapa natal, o MC cai em Virgem, no décimo primeiro signo a partir do Ascendente, a latitude é 64N08.


MAPA NA LINHA DO EQUADOR - Cidade imaginária 1





Neste mapa, com a latitude 0N00, o MC está a 13 e 24 do Leão, isto é, mais perpendicular ao ascendente. Quanto mais próximo ao equador, mais perpendicular ao ascendente o MC estará e, assim sendo, estará obrigatoriamente no décimo signo a partir do ascendente.



MAPA AO SUL - Cidade imaginária 2



Já neste mapa, mais ao Sul, 64S08, o MC é encontrado no nono signo a partir do ascendente, a 5 e 26 do Caranguejo.


O estudante de astrologia poderá perguntar: - Mas se a criatura nascer na latitude 90, quando não há diferença entre o o nascer do Sol e sua culminação? - Bem-vindo a problemática dos sistemas de casas (domificação).


APHETA -


O MC é chamado de apheta, pelos helenísticos. Outros aphetas são: os graus da Fortuna,  Lua, SAN, ASC e SOL, pontos que serão dirigidos a outros pontos para sabermos quando dos encontros marcados com o destino. As previsões são um desdobrar do tempo um dia assinalado, nada mais.


SIGNIFICADO DO MC E DO DÉCIMO SIGNO A PARTIR DO ASCENDENTE -


Sabe-se também que a mítica décima casa astrológica traz testemunhos sobre honras e feitos públicos do nativo, já que o Sol em sua culminação trará a todos sua presença. É também a casa que acidentalmente representa a mãe. Do ponto de vista mítico, o MC sempre está no décimo signo a partir do ascendente, mas na observação real, o MC pode abrir no nono ou décimo primeiro signo, e como então consideraríamos este ponto? Neste tópico, como de costume, há divergência entre astrólogos.


Há os que defendem que o décimo signo a partir do ascendente é quem testemunha sobre feitos e o MC é apenas um ponteiro disparador de eventos à medida que avança no tempo.


Outros defendem que o MC e somente o MC fala sobre feitos e honras.


Outros ainda, e essa é a minha opinião pessoal, toma o signo e o grau do MC como imperiosos quanto a avaliação de honras, feitos e significador da mãe, mas, em seguida, em segundo lugar, avalia o décimo signo a partir do ascendente como um segundo testemunho. Nesta ordem: MC e depois o décimo signo. Desta forma é possível conjugar a análise por signos inteiros e MC/IC proposto por Porfírio.


Veja a seguir o mapa da Bjork, por Signos Inteiros. Mercúrio é o senhor do MC e a prodigalidade mercurial de Bjork todos conhecem. Desde muito criança, tomou seu lugar no mundo. Sem falar sua aparência jovial, mercurial, tomando para si, com sagaz inventividade, um lugar no Olimpo. Mas o Sol, regente do décimo signo, Leão, também testemunha sobre seus feitos e presença no mundo. O Sol está em Escorpião e se seus primeiros raios são vistos no horizonte de sua cidade naquele dia e hora, destinando-a ser vista e conhecida no mundo inteiro. Até arrisco a dizer que a Bjork é a voz da aurora.

 

 

 





EM SÍNTESE:


 

MC é a abreviação da palavra Meio-do-Céu (medium coeli), é o ponto mais alto da eclíptica visto de um determinado ponto da Terra. A depender da latitude é encontrado no décimo, décimo primeiro, nono, oitavo, ou até mesmo no décimo segundo e sétimo signo a partir do signo ascendente. O ponto contrário ao MC, chama-se Fundo-do-Céu (Imum Coeli). Zênite e MC são pontos distintos. O contrário do zênite é o nadir. O MC é também chamado de apheta, é um dos pontos do mapa que é dirigido nas diversas técnicas de direção. Quando o apheta alcança um ponto, traz à cena o prometido. Não há previsões, o que há é um desdobrar do tempo, nada mais. Sabe-se também que a mítica décima casa astrológica traz testemunhos sobre honras e feitos públicos do nativo, e seu regente representa a mãe. Do ponto de vista mítico, o MC sempre está no décimo signo a partir do ascendente, mas na observação real, o MC pode abrir no nono ou décimo primeiro signo, e como então consideraríamos este ponto? Aqui, como de costume, há divergências entre escolas de astrologia. Há os que defendem que o décimo signo a partir do ascendente é quem testemunha sobre feitos e o MC é apenas um ponteiro disparador de eventos à medida que avança no tempo. Outros, que o MC e somente o MC fala sobre feitos e honras. Outros ainda, toma o signo e o grau do MC como pontos imperiosos quanto a avaliação de honras, feitos e mãe, e, em seguida, em segundo lugar, o décimo signo a partir do ascendente como um segundo testemunho.




 

 

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